sábado, 26 de setembro de 2009

Amoldando Deus



Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; I Coríntios 3:19 a 21


Jesus era um ser no mínimo pitoresco. Diferente. Não tinha como plagiá-lo, imitá-lo e muito menos descobrir seu próximo passo.

Ele não era constante no seu agir humano. Sempre estava um passo a frente dos algozes doutos da lei, dos discípulos e dos observadores.

Sempre disse que deveríamos amar as pessoas, mas por duas vezes expulsou os cambistas sob chicotadas.

O Jesus que chamou uma estrangeira de cachorro e depois derramou sobre ela bênçãos sem medida.

Jesus conversava sozinho com mulheres e aceitava os louvores das crianças.

O Jesus que proferia sempre lindas parábolas tal como o encantador e indizível sermão da montanha, chamava às vezes algumas de pessoas de raposas, víboras, sepulcros caiados e cheios de carniça.

O mesmo Jesus que ratificou o casamento e a família como unidade indivisível, desprezou um chamado de sua mãe e irmãos.

Era o maior de todos, mas vivia rodeado da classe mais baixa e desprezada. Assim, o nosso Deus foi rejeitado pelos seus.

Não viam nele a segurança que tanto esperavam. Essa palavra, podia ser traduzida por tradição. Para aguardar a vinda do messias, eles se envolveram em regras e ritos, que em si, não eram maus, mas que de maneira bem lógica, levou o povo a uma grande apostasia espiritual.

Essas regras apontavam para si mesmas e não para o incrível amor da divindade.

E aqui mora o problema. Estamos nós agindo novamente como os legalistas?

O mundo mudou, e muitos ficaram presos aos seus ritos antigos. Mas, da mesma forma e com igual intensidade, muitos que andaram em suas concepções e têm pensado diferente, têm agido da mesma maneira dos legalistas.

As novas formas de se encontrar com Deus são vistas como regras e todos os que não assistem com elas dizem que “estão errados”. De certa forma, formou-se uma elite que costuma rotular tudo como encaixável ou não-encaixável.

E da mesma forma dos antigos fariseus e legalistas, estamos a diminuir o alcance da glória e multiforme sabedoria de Deus.

Em II Timóteo 2:4 está escrito que virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão as fábulas.

Parece que está terminantemente proibido de ser diferente. Tudo tem que estar da maneira agradável encontrada nos ritos humanos. Molda-se um padrão, e o que foge disso, está errado. Certamente seria assim que pensaria os fariseus se aqui vivessem.

“Oh! como Cristo anelava abrir a Israel os preciosos tesouros da verdade! Mas tal era sua cegueira espiritual que se tornava impossível revelar-lhes as verdades concernentes ao Seu reino. Apegavam-se a seu credo e a suas cerimônias inúteis, quando a verdade do Céu aguardava ser por eles aceita. Gastavam o dinheiro em palha e cascas, quando tinham ao seu alcance o pão da vida. (...) Mas o espírito dos judeus se estreitara por seu irrazoável fanatismo. As lições de Cristo revelavam-lhes as deficiências de caráter, e requeriam arrependimento. Se eles Lhe aceitassem os ensinos, teriam de mudar de hábitos, e suas acariciadas esperanças deviam ser abandonadas”. Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, capítulo O rejeitado.

Quantas vezes me peguei rotulando um certo pregador como ruim, simplesmente porque ele escolheu mudar uma seqüência que julgava correta e a muito tempo usada na minha igreja?

Ou simplesmente achei que um apelo de 30 minutos foi absurdo, mesmo sabendo que talvez tenha sido o tempo exato que Deus precisou pra convencer apenas uma pessoa naquele dia?

“A verdade era impopular nos dias de Cristo. É impopular em nossos dias. Tem-no sido sempre, desde que Satanás despertou no homem, no princípio, o desagrado por ela, mediante a apresentação de fábulas que induziram à exaltação própria. Não encontramos hoje teorias e doutrinas que não têm fundamento na Palavra de Deus? Os homens a elas se apegam tão tenazmente, como os judeus às suas tradições”. Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, capítulo Não é Este o Filho do Carpinteiro?

Se Jesus vivesse hoje, seria diferente. Não porque era rebelde ou porque era desordeiro. Mas simplesmente porque fugiria dos parâmetros das nossas tradições. Ele conseguia ler os corações. Nós não. Ele sabia e sabe a melhor forma de agir. Então por que achamos que temos o melhor caminho a ser tomado?

Se aqui vivesse, Ele andaria com pessoas rotuladas como erradas e suspeitas, diria coisas duras quando achávamos que deveria dizer palavras afáveis, faria milagres e o rotularíamos de charlatão e mentiroso e por diversos outros fatores.

Enfim, hoje, Cristo deseja falar conosco. E Ele usa os mais diversos instrumentos. Muitas vezes, ficamos desconfortáveis com os vasos que Ele escolheu. E isso para nós é loucura. Exatamente como ele disse que seria a salvação para alguns.

Ellen White escreveu no livro O desejado de todas as nações, no capítulo denominado Tradição, o seguinte:

Sempre que a mensagem de verdade se apresenta às almas com especial poder, Satanás suscita seus instrumentos para disputarem sobre qualquer ponto de somenos importância. Procura assim desviar a atenção do verdadeiro assunto. Quando quer que se comece uma boa obra, há pessoas prontas a suscitar discussões sobre formas e detalhes de técnica, para desviar as mentes das realidades vivas. Quando parece que Deus está prestes a operar de maneira especial em benefício de Seu povo, não se empenhe este em disputas que só trarão ruína de almas. Os pontos que mais nos interessam, são: Creio eu com salvadora fé no Filho de Deus? Está minha vida em harmonia com a lei divina? "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida." "E nisto sabemos que O conhecemos: se guardamos os Seus mandamentos." João 3:36; I João 2:3.

Que possamos buscar a Cristo de todo o nosso coração, de todas as formas lícitas possíveis que o nosso Deus nos deu. Que nunca tenhamos a presunção de tentar amoldar o modo de agir de Cristo e que sim, possamos buscar a verdade que somente a Ele é peculiar: um Cristo que morreu e ressuscitou para perdoar os nossos pecados, sendo nós ainda pecadores.

E que não venhamos a estar entre os pretensos sábios deste mundo, pois eles terão a sua sabedoria destruída e acabados serão os conhecimentos dos instruídos (Isaías 29:14).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

As ovelhas no meio dos lobos



“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos” Mateus 10:16


Você deve conhecer pessoas que vivem como miseráveis, mesmo recebendo bons salários e com ótimas perspectivas, mas, que insistem em viver como pobres.

Acham que Cristo quer assim. Dizem que cada um tem que levar uma cruz. E tem mesmo.

Mas para estes, a vida está sempre pronta a dar uma rasteira, pois somos como ovelhas no meio de lobos vorazes. Que cena. Dá até pena dos cordeiros.

Por algum momento, esquecemos da ordem, de quem envia as ovelhas para lá.

É Ele, o Bom Pastor. Aquele que não deixa nada faltar. É ele que leva a pastos verdejantes, com águas tranqüilas.

Tem outra parte especial que diz que “ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo”.

Ao olharmos atentamente, poderemos perceber que Ele vai nos mandar passar pelos lobos. Mas que Ele virá junto.

Assim, não há o que temer.

Se Ele luta ao nosso lado, os temores não farão sentido. Os problemas estarão lá, o caminho será difícil e tortuoso, a companhia sempre a espreita a qualquer vacilo.

Mas, temos um Deus. Ele nos guiará seguros. Não devemos ter medo, estar cabisbaixos.

Somos levados por esses caminhos, não para viver como um derrotados, miseráveis, pobres ou mesquinhos. Mas para que possamos apreciar a beleza do seu amor e do lugar que Ele preparou para cada um.

Por isso, se o caminho é entre a alcatéia da escassez, acalme-se, ele dará abundância. Se é entre a caterva da dor, contente-se, somente Ele tem o bálsamo e o refrigério que trará a paz.

Se entre a ambição, confie, e a mudança no coração será operada. Se entre qualquer lugar difícil você estiver perdido a ponto de se esgotar, desista, aceite o cajado e os ombros daquele que pode levar a um lugar perfeito e mudar tudo ao redor.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Todas elas juntas num só ser



Não canto mais Babete nem Domingas

Nem Xica nem Tereza, de Ben jor;

Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;

Nem Ana nem Luiza, do maior;


Já não homenageio Januária,

Joana, Ana, Bárbara, de Chico;

Nem Yoko, a nipônica de Lennon;

Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;


Nem a tigreza nem a vera gata

Nem a branquinha, de Caetano;

Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,

Rosinha, do sertão pernambucano;


Nem Risoflora, a flor de Chico Science,

Nenhuma continua nos meus planos.

Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;

Nem Anna Júlia do Los Hermanos.


Só você,

Hoje eu canto só você;

Só você,

Que eu quero porque quero, por querer.


Não canto de Melô pérola negra;

De Brown e Hebert, uma brasileira;

De Ari, nem a baiana nem Maria,

Nem a Iaiá também, nem minha faceira;


De Dorival, nem Dora nem Marina

Nem a morena de Itapoã;

Divina garota de Ipanema,

Nem Iracema, de Adoniran.


De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;

De Michael Jackson, nem a Billie Jean;

De Jimi Hendrix, nem a doce Angel;

Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;


Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,

Das doze deusas de Edu e Chico;

Até das trinta Leilas de Donato,

E de Layla, de Clapton, eu abdico.


Só você,

Canto e toco só você;

Só você,

Que nem você ninguém mais pode haver.


Nem a namoradinha de um amigo

E nem a amada amante de Roberto;

E nem Michelle-me-belle, do beattle Paul;

Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;


E nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg;

Nem, de Totó, na malafemmená;

Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;

Nem a mulata mulatinha de Lalá;


E nem a carioca de Vinícius

E nem a tropicana de Alceu

E nem a escurinha de Geraldo

E nem a pastorinha de Noel


E nem a namorada de Carlinhos

E nem a superstar do Tremendão

E nem a malaguenha de Lecuona

E nem a popozuda do Tigrão


Só você,

Hoje elejo e elogio só você,

Só você,

Que nem você não há nem quem nem quê.


De Haroldo Lobo com Wilson Batista,

De Mário Lago e Ataulfo Alves,

Não canto nem Emília nem Amélia,

Nenhuma tem meus vivas! E meus salves!


E nem Angie, do stone Mick Jagger;

E nem Roxanne, de Sting, do Police;

E nem a mina do mamona Dinho

E nem as mina – pá! - do mano Xiz!


Loira de Hervê e loira do É O Tchan,

Lôra de Gabriel, o Pensador;

Laura de Mercer, Laura de Braguinha,

Laura de Daniel, o trovador;


Ana do Rei e Ana de Djavan,

Ana do outro rei, o do baião

Nenhuma delas hoje cantarei:

Só outra reina no meu coração.


Só você,

Rainha aqui é só você,

Só você,

A musa dentre as musas de A a Z.


Se um dia me surgisse uma moça

Dessas que com seus dotes e seus dons,

Inspira parte dos compositores

Na arte das palavras e dos sons,


Tal como Madallene, de Jacques Brel,

Ou como Madalena, de Martinho;

Ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry,

E a manequim do tímido Paulinho;


Ou como, de Caymmi, a moça prosa

E a musa inspiradora Doralice;

Se me surgisse uma moça dessas.

Confesso que eu talvez não resistisse;


Mas, veja bem, meu bem, minha querida;

Isso seria só por uma vez,

Uma vez só em toda a minha vida!

Ou talvez duas... mas não mais que três...


Só você...

Mais que tudo é só você;

Só você...

As coisas mais queridas você é:


Você pra mim é o sol da minha noite;

É como a rosa, luz de Pixinguinha;

É como a estrela pura aparecida,

A estrela a refulgir, do Poetinha;


Você, ó flor, é como a nuvem calma

No céu da alma de Luiz Vieira;

Você é como a luz do sol da vida

De Steve Wonder, ó minha parceira.


Você é pra mim e o meu amor,

Crescendo como mato em campos vastos,

Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;

Mais que a cigana pra Ronaldo bastos;


Mais que a divina dama pra Cartola;

Que a domna pra Ventadorn, Bernart;

Que a honey baby pra Waly Salomão

E a funny valentine pra Lorenz Hart.


Só você,

Mais que tudo e todas, é só você;

Só você,

Que é todas elas juntas num só ser.


Lenine

Se bem que eu queria colocar Otávio...