quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Guardando o coração


Sempre existe algo em se apoiar. Nos momentos mais escuros, difíceis, é bom saber que existe algo maior que nós. Falo não apenas em metas, mas nos pilares da nossa vida, da nossa fé. Li um texto esta semana e vivi situações complicadas onde pude refletir onde coloco minha fé e o meu coração.Aqui vão algumas coisas que vou guardar bem perto de mim, para que quando em momentos difíceis eu possa dar uma olhada e restaurar a minha confiança. Faça isso pra você. Quando desprezarem quem você é, quando disserem que nada do que faça vai mudar o que você e ou pode ser, quando brincarem com os seus sonhos, ou te colocarem fantasmas diante de seus planos, ou pior, quando se sentir impotente diante das grandes questões desse mundo, pegue o papel e relembre do que você é feito e no que confia. Serve bastante. Aqui vai a minha lista:

- Deus, independentemente se eu for bom ou ruim para com Ele, será bom comigo.
- Existe Deus pai, Deus filho e Deus espírito Santo que são um, e três.
- Deus é feito de amor, mas também é um Deus de justiça.
- O amor é o que se faz, e não o que se diz.
- A morte não é o fim.
- Deus pode curar qualquer coisa.
- Deus sempre fala comigo, e por vezes, age através da minha dor.
- A única pessoa responsável pelo meu bem estar sou eu.
- Existe amor a primeira vista.
- A paz de espírito é possível a todas as pessoas.
- Felicidade depende apenas de mim.
- Morreria pela pessoa qual amo.
- O único responsável pelo meu sucesso ou fracasso sou eu.
- Nem sempre poderei explicar algumas situações que me ocorrem, mas um dia terei todas as respostas.
Acho que é nessa lista que ponho a minha fé. Leve a sua para todos os lugares e nunca pense que Deus te abandonou. Talvez seja essa a forma de te trazer para mais perto. E te fazer mais resistente, porque aquilo que não pode te derrotar, te faz mais forte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Por causa da nossa necessidade



"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele"João3.17.

Você já imaginou pais em perspectiva dizendo: "Gostaríamos de adotar João, mas primeiro queremos saber algumas coisas. Ele tem uma casa para morar? Ele tem dinheiro para a sua educação? Ele tem condução para a escola todas as manhãs, e roupas para vestir todos os dias? Ele pode preparar a própria refeição e consertar as próprias roupas?"

Nenhuma Vara de Infância se disporia a tal conversa. O juiz levantaria a mão e diria: "Um momento. Você não entendeu. Você não adota o João por causa do que ele tem; você o adota por causa do que ele precisa. Ele precisa de um lar".

O mesmo é verdade com Deus. Ele não nos adota pelo que temos. Ele não nos dá o seu nome por causa da nossa capacidade, ou nossa carteira, ou nosso bom comportamento.

Adoção é algo que recebemos, não algo que conquistamos.

Max Lucado

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Plano



Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. João 16:13

Sempre cresci achando que conhecia muito sobre plano da redenção.

De seres puros, imaculados, até a desgraça completa com o advento do pecado e o maligno a solta e sempre pronto a tentar-nos.

Este, pleiteia o mundo para si, diz que o amor a lei de Deus são imperfeitos e que não existe solução para o mundo caído.

Então a trindade, unida, decide mostrar a todo universo o plano para salvar o homem.

E Deus pai, em evidência, se põe a trabalhar. Ele é o Grande EU SOU que os israelitas conheceram. E desde aquele povo, sentimos medo de um Pai tão amoroso que salva com braço estendido aos seus.

Então vem Jesus. Que sacrifício! Que amor! Quanto desprendimento. Ser levantado na cruz como malfeitor, não ser pecador mas tornar-se pecado por nós sem perder a sua retidão é algo que iremos estudar pela eternidade.

Cristo precisava mostrar o caminho traçado desde muito antes da eternidade. Ele morreu por nós, mas precisava ressuscitar e comprovar a profecia e suas palavras: “Eu Sou a ressurreição e a vida”!

Só teríamos acesso a vida eterna se ele tivesse poder em vencer a morte que era a nossa herança. E Ele venceu. O plano foi perfeito.

Mas, e o Deus Espírito Santo?

Faz Ele parte do acordo para salvar a raça caída?

Obvio que sim. A grande questão foi o sacrifício e a ressurreição de Jesus. O plano não se completou com a morte de Cristo.

O sacrifício foi perfeito. Tudo ocorreu como deveria ocorrer. Cristo indicou o caminho ao quais todos poderiam seguir, mas, como caminhar, se estamos afundando na areia movediça do pecado e não temos forças para sair?

Em minha casa existem algumas cadeiras de madeira. Alguém as planejou, as cortou, lixou, colou e pintou. Mas se eu desejasse que elas saíssem da sala de jantar até a minha varanda, seria impossível.

Nenhuma cadeira sabe andar. Não tem vida em si mesmo. E é aí que entra a minha pequena sobrinha. Ela empurra a cadeira pela casa, e onde antes não deveria haver nada, lá está. A cadeira da sala de jantar está no meio da cozinha.

Não, ela não teria condições de chegar lá por seus meios. Era necessário alguém empurrá-la ou carregá-la até lá.

E é aí que entra o Espírito Santo. Não alcançaríamos o céu mesmo estando salvos, pois não sabemos caminhar com nossos pés. Alguém precisava nos carregar, empurrar, puxar até onde não teríamos condição de chegar.

Méritos pra Ele. O Deus que nos ama tanto quanto Jesus. O Deus poderoso tanto quanto o Pai. Ele é onisciente, onipresente e onipotente. Tudo sabe. E se entristece e acima de tudo é muito mais que uma simples energia modificada.

No livro o Desejado de Todas as Nações (pg. 671) temos a seguinte passagem sobre a obra do Espírito:

O Espírito Santo era o mais alto dos dons que Ele podia solicitar do Pai para exaltação de Seu povo. Ia ser dado como agente de regeneração, sem o qual o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do mal se estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a submissão dos homens a esse cativeiro satânico. Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Trindade, a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina.

Enfim, Deus tem muito a mostrar a cada um de nós. Mas hoje, a mim, com certeza, o mais precioso que poderia ouvir é que Ele está tão perto de mim, que mora dentro do meu ser, oferecendo conselhos mesmo quando não os desejo ou não os aceite.

Ele, o Espírito Santo, tem uma obra a fazer em nossos corações.

Em todos os momentos, quando nos sentirmos solitários e pequenos e o futuro for tão escuro e cruel, o espírito Santo sempre estará pronto a atender o nosso pedido de socorro e nos guiar pela verdade. Podemos perder tudo, mas nunca perderemos o amor e a presença do espírito Santo.

Que a sua obra e plano da redenção possa fazer sentido em nossas vidas, e que possamos aceitar a sua mão poderosa a nos carregar pelo caminho que Ele sabe ser seguro: o amor demonstrado a cada um de nós por Eles.

sábado, 26 de setembro de 2009

Amoldando Deus



Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; I Coríntios 3:19 a 21


Jesus era um ser no mínimo pitoresco. Diferente. Não tinha como plagiá-lo, imitá-lo e muito menos descobrir seu próximo passo.

Ele não era constante no seu agir humano. Sempre estava um passo a frente dos algozes doutos da lei, dos discípulos e dos observadores.

Sempre disse que deveríamos amar as pessoas, mas por duas vezes expulsou os cambistas sob chicotadas.

O Jesus que chamou uma estrangeira de cachorro e depois derramou sobre ela bênçãos sem medida.

Jesus conversava sozinho com mulheres e aceitava os louvores das crianças.

O Jesus que proferia sempre lindas parábolas tal como o encantador e indizível sermão da montanha, chamava às vezes algumas de pessoas de raposas, víboras, sepulcros caiados e cheios de carniça.

O mesmo Jesus que ratificou o casamento e a família como unidade indivisível, desprezou um chamado de sua mãe e irmãos.

Era o maior de todos, mas vivia rodeado da classe mais baixa e desprezada. Assim, o nosso Deus foi rejeitado pelos seus.

Não viam nele a segurança que tanto esperavam. Essa palavra, podia ser traduzida por tradição. Para aguardar a vinda do messias, eles se envolveram em regras e ritos, que em si, não eram maus, mas que de maneira bem lógica, levou o povo a uma grande apostasia espiritual.

Essas regras apontavam para si mesmas e não para o incrível amor da divindade.

E aqui mora o problema. Estamos nós agindo novamente como os legalistas?

O mundo mudou, e muitos ficaram presos aos seus ritos antigos. Mas, da mesma forma e com igual intensidade, muitos que andaram em suas concepções e têm pensado diferente, têm agido da mesma maneira dos legalistas.

As novas formas de se encontrar com Deus são vistas como regras e todos os que não assistem com elas dizem que “estão errados”. De certa forma, formou-se uma elite que costuma rotular tudo como encaixável ou não-encaixável.

E da mesma forma dos antigos fariseus e legalistas, estamos a diminuir o alcance da glória e multiforme sabedoria de Deus.

Em II Timóteo 2:4 está escrito que virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão as fábulas.

Parece que está terminantemente proibido de ser diferente. Tudo tem que estar da maneira agradável encontrada nos ritos humanos. Molda-se um padrão, e o que foge disso, está errado. Certamente seria assim que pensaria os fariseus se aqui vivessem.

“Oh! como Cristo anelava abrir a Israel os preciosos tesouros da verdade! Mas tal era sua cegueira espiritual que se tornava impossível revelar-lhes as verdades concernentes ao Seu reino. Apegavam-se a seu credo e a suas cerimônias inúteis, quando a verdade do Céu aguardava ser por eles aceita. Gastavam o dinheiro em palha e cascas, quando tinham ao seu alcance o pão da vida. (...) Mas o espírito dos judeus se estreitara por seu irrazoável fanatismo. As lições de Cristo revelavam-lhes as deficiências de caráter, e requeriam arrependimento. Se eles Lhe aceitassem os ensinos, teriam de mudar de hábitos, e suas acariciadas esperanças deviam ser abandonadas”. Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, capítulo O rejeitado.

Quantas vezes me peguei rotulando um certo pregador como ruim, simplesmente porque ele escolheu mudar uma seqüência que julgava correta e a muito tempo usada na minha igreja?

Ou simplesmente achei que um apelo de 30 minutos foi absurdo, mesmo sabendo que talvez tenha sido o tempo exato que Deus precisou pra convencer apenas uma pessoa naquele dia?

“A verdade era impopular nos dias de Cristo. É impopular em nossos dias. Tem-no sido sempre, desde que Satanás despertou no homem, no princípio, o desagrado por ela, mediante a apresentação de fábulas que induziram à exaltação própria. Não encontramos hoje teorias e doutrinas que não têm fundamento na Palavra de Deus? Os homens a elas se apegam tão tenazmente, como os judeus às suas tradições”. Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, capítulo Não é Este o Filho do Carpinteiro?

Se Jesus vivesse hoje, seria diferente. Não porque era rebelde ou porque era desordeiro. Mas simplesmente porque fugiria dos parâmetros das nossas tradições. Ele conseguia ler os corações. Nós não. Ele sabia e sabe a melhor forma de agir. Então por que achamos que temos o melhor caminho a ser tomado?

Se aqui vivesse, Ele andaria com pessoas rotuladas como erradas e suspeitas, diria coisas duras quando achávamos que deveria dizer palavras afáveis, faria milagres e o rotularíamos de charlatão e mentiroso e por diversos outros fatores.

Enfim, hoje, Cristo deseja falar conosco. E Ele usa os mais diversos instrumentos. Muitas vezes, ficamos desconfortáveis com os vasos que Ele escolheu. E isso para nós é loucura. Exatamente como ele disse que seria a salvação para alguns.

Ellen White escreveu no livro O desejado de todas as nações, no capítulo denominado Tradição, o seguinte:

Sempre que a mensagem de verdade se apresenta às almas com especial poder, Satanás suscita seus instrumentos para disputarem sobre qualquer ponto de somenos importância. Procura assim desviar a atenção do verdadeiro assunto. Quando quer que se comece uma boa obra, há pessoas prontas a suscitar discussões sobre formas e detalhes de técnica, para desviar as mentes das realidades vivas. Quando parece que Deus está prestes a operar de maneira especial em benefício de Seu povo, não se empenhe este em disputas que só trarão ruína de almas. Os pontos que mais nos interessam, são: Creio eu com salvadora fé no Filho de Deus? Está minha vida em harmonia com a lei divina? "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida." "E nisto sabemos que O conhecemos: se guardamos os Seus mandamentos." João 3:36; I João 2:3.

Que possamos buscar a Cristo de todo o nosso coração, de todas as formas lícitas possíveis que o nosso Deus nos deu. Que nunca tenhamos a presunção de tentar amoldar o modo de agir de Cristo e que sim, possamos buscar a verdade que somente a Ele é peculiar: um Cristo que morreu e ressuscitou para perdoar os nossos pecados, sendo nós ainda pecadores.

E que não venhamos a estar entre os pretensos sábios deste mundo, pois eles terão a sua sabedoria destruída e acabados serão os conhecimentos dos instruídos (Isaías 29:14).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

As ovelhas no meio dos lobos



“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos” Mateus 10:16


Você deve conhecer pessoas que vivem como miseráveis, mesmo recebendo bons salários e com ótimas perspectivas, mas, que insistem em viver como pobres.

Acham que Cristo quer assim. Dizem que cada um tem que levar uma cruz. E tem mesmo.

Mas para estes, a vida está sempre pronta a dar uma rasteira, pois somos como ovelhas no meio de lobos vorazes. Que cena. Dá até pena dos cordeiros.

Por algum momento, esquecemos da ordem, de quem envia as ovelhas para lá.

É Ele, o Bom Pastor. Aquele que não deixa nada faltar. É ele que leva a pastos verdejantes, com águas tranqüilas.

Tem outra parte especial que diz que “ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo”.

Ao olharmos atentamente, poderemos perceber que Ele vai nos mandar passar pelos lobos. Mas que Ele virá junto.

Assim, não há o que temer.

Se Ele luta ao nosso lado, os temores não farão sentido. Os problemas estarão lá, o caminho será difícil e tortuoso, a companhia sempre a espreita a qualquer vacilo.

Mas, temos um Deus. Ele nos guiará seguros. Não devemos ter medo, estar cabisbaixos.

Somos levados por esses caminhos, não para viver como um derrotados, miseráveis, pobres ou mesquinhos. Mas para que possamos apreciar a beleza do seu amor e do lugar que Ele preparou para cada um.

Por isso, se o caminho é entre a alcatéia da escassez, acalme-se, ele dará abundância. Se é entre a caterva da dor, contente-se, somente Ele tem o bálsamo e o refrigério que trará a paz.

Se entre a ambição, confie, e a mudança no coração será operada. Se entre qualquer lugar difícil você estiver perdido a ponto de se esgotar, desista, aceite o cajado e os ombros daquele que pode levar a um lugar perfeito e mudar tudo ao redor.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Todas elas juntas num só ser



Não canto mais Babete nem Domingas

Nem Xica nem Tereza, de Ben jor;

Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;

Nem Ana nem Luiza, do maior;


Já não homenageio Januária,

Joana, Ana, Bárbara, de Chico;

Nem Yoko, a nipônica de Lennon;

Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;


Nem a tigreza nem a vera gata

Nem a branquinha, de Caetano;

Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,

Rosinha, do sertão pernambucano;


Nem Risoflora, a flor de Chico Science,

Nenhuma continua nos meus planos.

Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;

Nem Anna Júlia do Los Hermanos.


Só você,

Hoje eu canto só você;

Só você,

Que eu quero porque quero, por querer.


Não canto de Melô pérola negra;

De Brown e Hebert, uma brasileira;

De Ari, nem a baiana nem Maria,

Nem a Iaiá também, nem minha faceira;


De Dorival, nem Dora nem Marina

Nem a morena de Itapoã;

Divina garota de Ipanema,

Nem Iracema, de Adoniran.


De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;

De Michael Jackson, nem a Billie Jean;

De Jimi Hendrix, nem a doce Angel;

Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;


Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,

Das doze deusas de Edu e Chico;

Até das trinta Leilas de Donato,

E de Layla, de Clapton, eu abdico.


Só você,

Canto e toco só você;

Só você,

Que nem você ninguém mais pode haver.


Nem a namoradinha de um amigo

E nem a amada amante de Roberto;

E nem Michelle-me-belle, do beattle Paul;

Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;


E nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg;

Nem, de Totó, na malafemmená;

Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;

Nem a mulata mulatinha de Lalá;


E nem a carioca de Vinícius

E nem a tropicana de Alceu

E nem a escurinha de Geraldo

E nem a pastorinha de Noel


E nem a namorada de Carlinhos

E nem a superstar do Tremendão

E nem a malaguenha de Lecuona

E nem a popozuda do Tigrão


Só você,

Hoje elejo e elogio só você,

Só você,

Que nem você não há nem quem nem quê.


De Haroldo Lobo com Wilson Batista,

De Mário Lago e Ataulfo Alves,

Não canto nem Emília nem Amélia,

Nenhuma tem meus vivas! E meus salves!


E nem Angie, do stone Mick Jagger;

E nem Roxanne, de Sting, do Police;

E nem a mina do mamona Dinho

E nem as mina – pá! - do mano Xiz!


Loira de Hervê e loira do É O Tchan,

Lôra de Gabriel, o Pensador;

Laura de Mercer, Laura de Braguinha,

Laura de Daniel, o trovador;


Ana do Rei e Ana de Djavan,

Ana do outro rei, o do baião

Nenhuma delas hoje cantarei:

Só outra reina no meu coração.


Só você,

Rainha aqui é só você,

Só você,

A musa dentre as musas de A a Z.


Se um dia me surgisse uma moça

Dessas que com seus dotes e seus dons,

Inspira parte dos compositores

Na arte das palavras e dos sons,


Tal como Madallene, de Jacques Brel,

Ou como Madalena, de Martinho;

Ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry,

E a manequim do tímido Paulinho;


Ou como, de Caymmi, a moça prosa

E a musa inspiradora Doralice;

Se me surgisse uma moça dessas.

Confesso que eu talvez não resistisse;


Mas, veja bem, meu bem, minha querida;

Isso seria só por uma vez,

Uma vez só em toda a minha vida!

Ou talvez duas... mas não mais que três...


Só você...

Mais que tudo é só você;

Só você...

As coisas mais queridas você é:


Você pra mim é o sol da minha noite;

É como a rosa, luz de Pixinguinha;

É como a estrela pura aparecida,

A estrela a refulgir, do Poetinha;


Você, ó flor, é como a nuvem calma

No céu da alma de Luiz Vieira;

Você é como a luz do sol da vida

De Steve Wonder, ó minha parceira.


Você é pra mim e o meu amor,

Crescendo como mato em campos vastos,

Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;

Mais que a cigana pra Ronaldo bastos;


Mais que a divina dama pra Cartola;

Que a domna pra Ventadorn, Bernart;

Que a honey baby pra Waly Salomão

E a funny valentine pra Lorenz Hart.


Só você,

Mais que tudo e todas, é só você;

Só você,

Que é todas elas juntas num só ser.


Lenine

Se bem que eu queria colocar Otávio...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Jesus entende



O dono de uma livraria uma vez me contou sobre uma senhora muito irritada que entrou em sua loja, com passos fortes, carregando um livro meu intitulado Deus chegou mais perto (Editora Vida Cristã). Ela bateu o livro com toda força no balcão, disse umas poucas e boas sobre ele e depois gritou para que todo mundo nas proximidades ouvisse: "Meu Deus não tinha espinhas!"

Eu sei o parágrafo que fez com que saísse faísca da caixa de alta tensão em que ela se transformara:

Jesus talvez tenha tido espinhas. Ele, quem sabe, não tinha boa voz. Uma garota da mesma rua pode ter-se interessado por ele e vice-versa. É possível que seus joelhos fossem ossudos. Uma coisa é certa: Embora completamente divino, Ele era completa-mente humano.

Entendo por que a mulher se irou. Posso entender seu desconforto. Sempre consertamos o rachado no vitral colorido, ou limpamos qualquer sujeira do altar. Há algo de seguro num Deus que nunca teve calos. Há algo de maravilhoso sobre um Deus que nunca sentiu dor. Há algo de majestoso num Deus que nunca ralou seu cotovelo.

Todavia, há algo de frio sobre um Deus que não pode compreender o que você e eu sentimos.

Se eu tivesse um instante com aquela senhora, perguntaria a ela o seguinte: "Jesus pode não ter tido espinhas, mas a senhora não queria que ele tivesse?"

Cada página dos evangelhos nos leva de volta a este princípio crucial: Deus sabe o que você está sentindo. Do funeral à fábrica, à frustração de uma agenda exigente. Jesus entende. Quando você diz a Deus que chegou no seu limite, ele sabe o que quer dizer. Quando balança a cabeça diante de prazos impossíveis, ele balança também. Quando seus planos são interrompidos por pessoas que têm outros planos, ele sente a mesma coisa. Ele esta lá e sabe como você se sente.

Antes de resumir nossa história desse dia estressante na vida de Jesus, deixe-me levar você para um outro dia, ainda mais recente.

Dia 15 de fevereiro de 1921, em Nova York, numa sala de cirurgia do Hospital Kane Summit, um médico estava executando uma apendicectomia.

Muitas vezes, os eventos que levam a uma cirurgia são rotineiros; o paciente reclama de dores abdominais agudas, o diagnóstico mostra claramente uma inflamação no apêndice. O médico Evan O'Neill Kane estava liderando essa cirurgia. Em sua distinta carreira médica de 37 anos, já tinha realizado quase 4 mil apendicectomias; por conseguinte, essa cirurgia seria mais uma rotineira, exceto por dois motivos.

A primeira novidade dessa operação? O uso de anestesia local na cirurgia principal. O doutor Kane era um combatente dos riscos da anestesia geral. Ele argumentava que uma aplicação local era mais segura. Muitos dos seus colegas concordavam com ele, a princípio, mas para concordarem na prática, teriam de ver a teoria sendo aplicada.

Dr. Kane estava a procura de um voluntário, um paciente que queria se submeter a uma cirurgia sob os efeitos de anestesia local. Não foi fácil encontrar um voluntário; muitas pessoas tremiam só de pensar que estariam conscientes durante a cirurgia. Outras tinham medo de que o efeito da anestesia terminasse logo.

Finalmente, apesar de tudo, Dr. Kane encontrou um candidato. Na terça-feira de manhã, 15 de fevereiro, a histórica operação aconteceu.

O paciente fora preparado e já colocado na sala de operações. Uma anestesia local fora aplicada. Do mesmo modo como já tinha feito milhares de vezes, Dr. Kane cortou os tecidos superficiais e localizou o apêndice, habilidosamente removeu o apêndice e concluiu a cirurgia. Durante o procedimento, o paciente reclamou apenas de desconfortos mínimos.

O voluntário foi levado para o pós-operatório e colocado sob cuidado hospitalar. Ele se recuperou rapidamente e foi dispensado dois dias depois.

Dr. Kane provou sua teoria. Graças à disposição de um voluntário corajoso, Kane demonstrou que a anestesia local era uma alternativa viável e até preferível.

No entanto, eu disse que havia dois fatos que diferenciaram essa cirurgia. Disse que a primeira foi o uso da anestesia local. A segunda foi o paciente: o candidato corajoso para a cirurgia do Dr. Kane foi o próprio Dr. Kane.

Para provar que estava certo, Dr. Kane operou a si mesmo!

Sábia decisão. O médico se tornou o paciente de modo a convencer outros pacientes a acreditarem no médico.

Compartilhei essa história com vários profissionais da saúde. Cada um me deu uma resposta: sobrancelhas altas, sorrisos suspeitos e palavras duvidosas: "Não dá para acreditar!"

Talvez não dê mesmo. Mas a história do médico que se tornou seu próprio paciente é poucas vezes comparada com a história do Deus que se tornou humano. Mas Jesus assim o fez para que acreditássemos que o Médico dos médicos sabe dos nossos sofrimentos; ele voluntariamente se tornou um de nós. Ele se colocou em nosso lugar e sofreu nossas dores e medos.

Rejeição? Ele a sentiu. Tentação? Também sabe do que se trata. Solidão? Ele também a experimentou. Morte? Provou dela.

E pressão? Poderia escrever um livro de sucesso sobre o assunto.

Por que fez isso? Por uma única razão: para que quando você sofresse, fosse até ele, seu pai e seu médico, e ele o curasse.


Max Lucado


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Devaneios 5



O desafio foi lançado e ninguém o acertou. Mas Ele continua. Mais difícil. Mais estranho. E mais revelador.

Basta pensar que se zero significa nada, então um edifício não pode ter zero no alicerce. E sabendo que o ponto de partida possui simpleza, é não dissimulado, e os subseqüentes deslocam-se até um Tostão, resta revelar o segundo maior segredo de todos.

011315 | 1 | 10100221221120212120 | 1001103113201131013 | 1 | 1142511423 | 1116 | 634545 | 125481503040

E quanto ao desafio abaixo, mais fácil que o que está acima, continuará, até o próximo devaneio.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Desafio ao devaneio



Na verdade, esse devaneio é completamente decifrável. portanto, não é completamente um devaneio. É uma mensagem.

E a quem decifrar a mensagem, cabe a promessa: Levo ao Kani e pago alguns Temakis (o Skin eh ótimo, de acordo com uma amiga e provado por mim... É ótimo mesmo). A promoção é por tempo limitado, pessoal e intransferível.

E aqui vai uma dica:

O grande segredo inicial, por mais incrível que pareça, não estão nos números. O melhor mesmo consiste em observar o estilo, o palavreado que está implícito em toda essa coleção de números.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Devaneios 4



Esse era o mais explicito, pois o tempo estava quente. O sol, a pino. O emissário, feliz, apreensivo, meio perdido, também triste.

A terra, estranha. Onde pisava, ninguém sabia (talvez apenas o dono da realidade não o sabia). Mas, o código existia. A base de tudo era a branca de neve com os anões. Era preciso então, contar aos dedos. Dos pés ou da mão. Nunca juntos.

E como uma imensa loucura, e sem saber de onde vinha, lera e entendera. E a resposta estava bem diante dos olhos. Ou na janela. E os números, por mais incrível que pareçam, estavam na seqüência. Ou eram as letras que o estavam? Ou um representavam o outro?

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2263316733711 | 16162630777 | 66022201246164207 | 0637 | 520111 | 12455160515 | 114512455?

4101 | 027357 | 0625 | 055672576731661 | 5191905 | 376727 | 110532431 | 04404174257.

17 | 16740760537 | 13734037735. 05 | 1011 | 027167113. 2155304341417 |2727333322141.

376107 | 03030714535. 05 | 421523 | 660521 | 072750514741126. 4101 | 376727 | 05 |

115061357 | 0602653101031 | 16772667245057 | 0205011022014357.

05 | 75051031 | 2155304336627 | 351454074056047, 1751 0171235. 3561 | 14570026566, 520111| 20333743501. 564061 | 021441655411144431. 042674261 | 01441 | 345371015121.

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Enfim, ele resolveu passar adiante. Ao próximo, o segredo deveria ser inevitável. Ou não? De qualquer forma, o presente estava prometido. Para alguns, a maior idiotice. Para outros, era muito legal. Mas no fim de tudo, a resposta era o que importava mesmo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tradição & Crescimento



Nunca houve um tempo na igreja em que se discutiu tanto sobre adoração. A verdadeira adoração. Um misto de certezas e pretensas verdades têm enchido diversos blogs, artigos e revistas falando sobre o tema. Líderes da igreja falam de forma aberta e desequilibrada sobre temas ao qual não cabem tendências preconceituosas, enquanto outros tantos seguem uma linha de escusa em buscar e aprender sobre todos os pontos envolvidos.

Texto após outro, o assunto bateria, percussão, instrumentos possíveis na igreja fica em voga. Mas não é exatamente sobre isso o tema desse texto. Dessa vez, o ponto que procuro tocar é sobre tradição. O que podemos discorrer sobre ela? Até que ponto as leis dos homens tem superado os princípios divinos?

Esse tema me ocorreu desde o momento em que li a melhor explicação para o verso de Lucas 5:37: "Ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão."

Ellen White comenta que os odres de couro usados como vasos para guardar o vinho novo, ficavam depois de algum tempo secos e frágeis, de tal forma que se tornavam inúteis para tornar a servir ao mesmo fim. Jesus queria mostrar a todos por meio dessa ilustração familiar, a condição dos guias judaicos e também a condição de muitos líderes em nossos dias.

“Sacerdotes, escribas e principais se haviam fixado numa rotina de cerimônias e tradições. Contraíra-se-lhes o coração como os odres de couro a que Ele os comparara. Ao passo que se satisfaziam com uma religião legal, era-lhes impossível tornar-se depositários das vivas verdades do Céu. Julgavam a própria justiça toda suficiente, e não desejavam que um novo elemento fosse introduzido em sua religião[1]. (grifo nosso)

Eles foram tão longe, que chegaram a pensar que a Lei dada por Cristo a todo humano, era menor que a tradição judaica. Nada poderia ser adicionado ou ensinado sobre adoração e a verdadeira religião sem o consentimento deles.

“Relacionavam-na com méritos que possuíam por causa de suas boas obras. A fé que opera por amor e purifica a alma, não podia encontrar união com a religião dos fariseus, feita de cerimônias e injunções de homens. O esforço de ligar os ensinos de Jesus com a religião estabelecida, seria em vão. A verdade vital de Deus, qual vinho em fermentação, estragaria os velhos, apodrecidos odres das tradições farisaicas”[1].

Era o que Cristo ensinava uma nova doutrina? Não. Era apenas um novo ponto de vista, melhorado, imbuído do verdadeiro sentimento que deve estar em cada coração: que a lei tem a sua importância porque aponta para Cristo, o único que pode efetuar a salvação. A lei em si não salva ninguém. Muito menos a lei criada por mentes humanas.

Mas, partir desse ponto e dizer que a lei não é boa, é algo completamente equivocado. Ela deve ter seu lugar e sua maneira de ser (assim como nossas leis e estruturas humanas que regulam boa parte das nossas vidas), mas em certos momentos ela deve ser modificada, melhorada e por vezes superada. Porque existe e sempre existirá algo melhor. Isso de certa forma é crescimento. Mas, para os professos guardadores das tradições farisaicas e humanas, mudar uma lei humana ou uma tradição apoiada em um princípio divino, diziam eles que, indubitavelmente levariam a todos os novos guardadores a perdição.

Existe lugar para as tradições? Sim. É obvio. Homens foram criados por Deus com a capacidade de pensar e agir na direção destes. O grande problema existe quando esses pensamentos e a sua observação nos fazem afastar dos grandes princípios de Sua lei.

Observe por um momento as tradições humanas e as leis que nos são impostas. Devemos acatá-las? O próprio Jesus respondeu dizendo: “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” Marcos 12:17. Existe o momento em que leis e tradições são aceitáveis.

E eles têm seu lugar desde que não nos afaste ou mitigue contra os princípios divinos para toda vida. E o mais interessante notar é que essas leis normalmente são superadas. Veja a constituição de nosso país. Existem inúmeras cláusulas chamadas pétreas, que são assim descritas porque querem demonstrar a ‘perpetuidade’ da mesma, mesmo sabendo que, em casos excepcionais e diante do tempo e circunstâncias, a mesma pode deixar de valer.

Se forem assim para os negócios humanos, o que diremos pois para as imposições referentes aos negócios divinos? Que algumas leis humanas tiveram seu lugar nessa relação, mas que perderam sua utilidade ou deixaram de existir e que outras têm e terão o mesmo fim. Isso sem contar que algumas pretensas relações nem deveriam ser consideradas, visto que para alguns tinham mais importância que o Deus ao qual deveriam apontar e a salvação que Ele oferece a todos através de Sua graça.

E são exatamente estes pontos de pouca importância ou sem nenhuma importância prática para a salvação do homem que Satanás tem feito pessoas se concentrar. Este faz as pessoas esquecerem da primazia em toda vida e partirem para imbróglios sem importância quando se trata sobre a verdadeira adoração.

Ellen White comenta que sempre que pessoas em diferentes épocas e lugares tentaram superar tradições que não mais tinham seu lugar sofreram perseguições dos pretensos defensores da verdade. Assim foi com Jesus, assim com os discípulos, assim é hoje.

“Quando quer que se comece uma boa obra, há pessoas prontas a suscitar discussões sobre formas e detalhes de técnica, para desviar as mentes das realidades vivas. Quando parece que Deus está prestes a operar de maneira especial em benefício de Seu povo, não se empenhe este em disputas que só trarão ruína de almas. Os pontos que mais nos interessam, são: Creio eu com salvadora fé no Filho de Deus? Está minha vida em harmonia com a lei divina? ‘Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida.’ ‘E nisto sabemos que O conhecemos: se guardamos os Seus mandamentos.’ João 3:36; I João 2:3”[2].

Eis o verdadeiro ponto. Estou salvo em Jesus? Se amo a Deus e obedeço aos princípios tão claramente expostos em suas leis, estou em um bom caminho. Mas o que dizer das tradições?

Não cessou ainda a substituição dos preceitos de Deus pelos dos homens. Mesmo entre os crentes acham-se instituições e costumes que não têm melhor fundamento que as tradições dos Pais. Essas instituições, baseadas em autoridade meramente humana, têm suplantado as de indicação divina. Os homens se apegam a suas tradições, e reverenciam seus costumes, nutrindo ódio contra os que lhes procuram mostrar que estão em erro. Nesta época, quando somos mandados chamar a atenção para os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, vemos a mesma inimizade que se manifestava nos dias de Cristo[2]. (grifo nosso)

Outro grande ponto que merece destaque é a pressa de alguns nas mudanças ou crescimentos naturais e necessários. São radicais ao ponto de envenenar toda e qualquer boa pretensão de homens guiados por Deus. Querem estar na “crista da onda” das mudanças, e esquecem novamente de concentrar-se no verdadeiro ponto focal: Jesus Cristo. Ele é quem deve aprovar ou não. Apenas nEle subsistimos. E apenas olhando para o mestre saberemos como agir nas situações que nos são impostas dia-a-dia.

A lei de Deus é imutável, mas foi feita para homens que mudam todos os dias, que não vivem dias lineares. Como diz o Sábio, “tudo é novo debaixo do sol”. Mas daí, para novos hábitos, é um caminho árduo, e que deve ser feito com todo cuidado e equilíbrio, assim como nos demonstrou Jesus.

Às vezes parece-nos que toda a obra do Divino Mestre foi feita em semanas. Nada disso. Começou antes da criação do mundo, levou milênios até vir a terra, e quando veio, passou anos até conseguir ensinar aos discípulos como distribuir ao povo o “vinho novo”. Essa é a síntese do crescimento. Não significa que devemos esquecer o que passou, e que voltar pra lá às vezes se faz necessário.

Sobre crescimento e mudanças, C. S. Lewis escreve com muita coerência:

“A visão moderna, a meu ver, envolve uma falsa concepção do crescimento. Somos acusados de retardamento porque não perdemos um gosto que tínhamos na infância. Mas, na verdade, o retardamento consiste não em recusar-se a perder as coisas antigas, mas sim em não aceitar coisas novas. Hoje gosto de vinho branco alemão, coisa de que tenho certeza de que não gostaria quando criança; mas não deixei de gostar de limonada. Chamo esse processo de crescimento ou desenvolvimento, porque ele me enriqueceu: se antes eu tinha um único prazer, agora tenho dois. Porém, se eu tivesse de perder o gosto por limonada para adquirir o gosto pelo vinho, isso não seria crescimento, mas simples mudança”[3].

O grande problema que enfrentamos hoje, por mais doloroso que possa parecer para alguns, é que o mundo precisa continuar. Querem alguns professos “puritanos” que se dizem defensores do verdadeiro sentido de adoração e do modo como devemos viver ao lado de Cristo, que este se dê como foi no passado, a algumas décadas atrás. Com saudosismo olham para lá e almejam que voltássemos no tempo.

Síntese absolutamente impossível. As próprias palavras divinas nos advertem dessa possibilidade em viver de reviver o passado. Cristo nos aponta para o presente com Ele e para um futuro glorioso. O passado, nesse contexto, deve servir como base para as realizações atuais. Em Oséias 6:3 Ele nos diz: “então conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”.

Deus nos fez necessitados de conhecimentos a respeito DEle, e como é eterno e infinito, a nossa compreensão sobre Ele deve durar uma eternidade, e isso nos moverá sempre. Assim, viver limitado no tempo é gerar uma limitação da vida, porque a vida existe apenas NEle. O tempo muda, as coisas mudam, incluindo nossa percepção e modo de Vê-Lo. Porque mandar mensagens via pombo-correio, se o posso fazer através da internet? Veja, o conteúdo continua o mesmo, mas a forma de fazer mudou. E muitos ficam perdidos, isolados do mundo.

Esse é sem dúvida um dos maiores perigos em relação ao apego as tradições ultrapassadas. Também pode ocorrer a mecanização da adoração e da relação com Deus, já que a pessoa passa a achar que existem apenas maneiras pré-determinadas de fazê-lo. Pode ocorrer ainda certa perseguição aos que pretendem algo diferente. Basta olhar para o exemplo de Jesus. Quantas vezes foi Ele perseguido pelos ávidos defensores da moral, do bom e da verdade?

Mas, o continuar a conhecer a Deus abre novas oportunidades. Novo culto, nova adoração, novo contato, novas formas de ver coisas antigas. É o novo melhorando o que já passou, e amanhã o processo deve repetir-se.

Mas, para isso, é preciso que este crescimento, seja acompanhado com a presença do Espírito Santo, pois somente Ele sabe o verdadeiro caminho e a verdadeira necessidade, de forma que o verdadeiro crescimento (ou mudança) seja efetivo e benéfico.

Enfim, que as palavras escritas por Deus para a nossa vida em Filipenses 3:13,14 possam encontrar guarida em nosso coração quando tratarmos sobre o assunto tradição e renovação em nosso meio:

“... faço uma coisa: esqueço-me do que ficou para trás e esforço-me por atingir o que está diante de mim. Deste modo, caminho em direção a meta para obter o prêmio que Deus nos prometeu dar no céu por meio de Cristo Jesus."

[1] Livro: O Desejado de Todas as Nações, capítulo: Levi Mateus, Ellen G. White.

[2] Livro: O Desejado de Todas as Nações, capítulo: Tradição, Ellen G. White.

[3] Texto: Três maneiras de se escrever para crianças, C. S. Lewis.